Estamos a exatamente 39 dias da Páscoa, época em que todos, principalmente as crianças esperam ansiosas a visita do ilustre coelho, que distribui os deliciosos ovos de chocolate e outras guloseimas.
Para a maioria de nós, o sentido da páscoa é apenas este: feriado, ovinhos, guloseimas, um almoço especial, reunião da família. Mas qual o VERDADEIRO sentido da páscoa?Qual sua origem?Talvez alguém já tenha se perguntado!
Para podermos esclarecer corretamente o sentido espiritual desta data, devemos buscar sua origem e vínculo com o povo para quem Deus primeiramente fez surgir a páscoa:o povo Judeu.
Em Êxodo 12, vemos a instituição da comemoração da páscoa por Deus, quando da saída do povo hebreu do Egito. Deus a instituiu como um memorial (que faz memória):"Comemorem este dia como festa religiosa para lembrar que Eu, o Senhor, fiz isso: vocês e os seus descendentes devem comemorar a festa da páscoa para sempre"(Ex.12,14).
Porém, o que significa a palavra páscoa? O seu significado na língua que lhe dá origem (o hebraico) é incerto, podendo designar a festa, a refeição (ápice da festa), como o próprio cordeiro imolado na ocasião.
Segundo o CIC (Catecismo da Igreja Católica)1339, "Jesus escolheu a altura da páscoa para cumprir o que tinha anunciado em Cafarnaum: dar aos seus discípulos o seu corpo e o seu sangue...", porém, para podermos entender melhor o que o Senhor fez na última ceia, e o porque de ela acontecer um dia antes da páscoa judaica,vamos esclarecer o ritual desta: O banquete da páscoa judaica é o centro da festa onde um cordeiro de um ano, não trazendo em si nenhuma mancha, e sem ter nenhum dos ossos quebrados, é comido. O que não fosse comido, deveria ser queimado antes do sol nascer. Todos deveriam comê-lo de pé e vestidos para viajar, pois nesta noite, o Senhor iria conduzí-los para a chamada terra prometida, guiados por Moisés.
No CIC 1334, "Na antiga aliança, o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador. Mas eles recebem também um novo significado no contexto do êxodo: os pães ázimos que Israel come cada ano na Páscoa comemoram a pressa da partida libertadora do Egito; a recordação do maná do deserto há de lembrar sempre a Israel que ele vive do pão da Palavra de Deus. Finalmente, o pão de todos os dias é o fruto da Terra Prometida, penhor da fidelidade de Deus às suas promessas. O "cálice de bênção" (1Cor 10,16), no fim da refeição pascal dos judeus, acrescenta à alegria festiva do vinho uma dimensão escatológica: da espera messiânica do restabelecimento de Jerusalém. Jesus instituiu sua Eucaristia dando um sentido novo e definitivo à bênção do Pão e do Cálice".
Assim, na última ceia, Jesus antecipa a páscoa judaica e lhe dá um sentido definitivo, pois a partir d'Ele, a páscoa seria introduzida de maneira diferente na vida dos que estiveram com Ele, creram e viessem a crer n'Ele.O próprio Jesus passa a ser o Cordeiro Imolado, não necessitando mais de sacrifícios de animais para nos redimir de nossos pecados. O próprio Filho se oferece ao Pai, pagando com seu sangue o preço de nosso resgate, e assim como o cordeiro imolado da páscoa judaica, Jesus foi morto sem serem quebrados nenhum de seus ossos.
O sofrimento de Jesus é uma entrega total e incondicional, consciente e amorosa de Deus por nós. Jesus veio libertar o interior do homem através de sua morte e ressureição, e nos faz compreender que a terra prometida por Deus, não é aqui, mas começa aqui. Se não tivesse resuscitado, nada de novo teria feito, pois o sacrifício continuaria a ser repetido de forma cruenta.
Que nesta páscoa, data mais importante celebrada pela Igreja, sejamos renovados como amor de Jesus, que se doa a cada um de nós, não por nossos méritos, mas unicamente por graça de Deus!
Paz e Bem!